Visitar um Familiar com Alzheimer? Evite Estes 6 Erros Comuns!

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Visitar um Familiar com Alzheimer? Evite Estes 6 Erros Comuns!

O momento do diagnóstico de um familiar com Alzheimer é comunicado pode mudar a vida de todos os que o rodeiam. Não só é um desafio para a pessoa que vive com a doença, mas também para os familiares e amigos, que assistem a uma deterioração gradual das capacidades cognitivas e físicas do seu familiar. Uns dos momentos mais dolorosos é testemunhar a perda de memória e a alteração da personalidade. A forma como comunicamos e interagimos com a pessoa é fundamental, mas, muitas vezes, por desconhecimento, podemos cometer erros que causam frustração, tanto a nós como a eles.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, sendo a doença de Alzheimer a causa mais comum, responsável por 60% a 70% dos casos. Em Portugal, estima-se que 182.000 pessoas tenham a doença, um número que se prevê que aumente nas próximas décadas devido ao envelhecimento da população.

Se tem um familiar com Alzheimer e se sente perdido ou não sabe como agir, este artigo é para si. Vamos abordar alguns dos erros mais comuns que as pessoas cometem ao visitar um ente querido e como pode evitá-los.

O que é a Doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem tratamento que afeta o cérebro. Caracteriza-se pela perda gradual de memória, sobretudo a recente, e pela deterioração das funções cognitivas, como a linguagem, a capacidade de raciocínio, a orientação no tempo e no espaço. Ao longo do tempo, a pessoa perde a sua autonomia e a capacidade de realizar tarefas diárias simples, necessitando de cuidados contínuos.

6 Erros a Evitar ao Visitar um Familiar com Alzheimer

1 - Não assuma que o seu familiar se vai lembrar de si

Este é, talvez, o erro mais doloroso e comum. Não se apresente com a expectativa de que o seu familiar com Alzheimer se lembre de quem é. Em vez disso, assuma que não o fará. Evite perguntas como “Sabes quem eu sou?” ou “Lembraste de mim?”. Estas questões podem gerar ansiedade e frustração, pois a pessoa pode sentir-se pressionada e envergonhada por não conseguir responder.

Em vez disso: Apresente-se de forma simples e direta, como se fosse um novo amigo. Diga “Olá, sou o João, o teu neto” ou “Olá, sou a Ana, a tua filha”. Use o seu nome e diga qual a sua relação com a pessoa.

2 - Não corrija a realidade do seu familiar

As pessoas com Alzheimer vivem a sua própria realidade, muitas vezes misturando memórias do passado com o presente. Se o seu familiar diz que acabou de falar com a sua mãe, que já faleceu, evite confrontá-lo com a verdade. Dizer “A tua mãe já morreu” pode ser chocante e causar dor desnecessária. A pessoa pode não conseguir processar essa informação e sentir-se triste e confusa.

Em vez disso: Entre na realidade dele. Pode dizer “Ah, que bom! O que é que vocês falaram?”. Ou, se se sentir mais confortável, mude o assunto de forma suave. O objetivo é evitar a confrontação e manter a conversa fluida e positiva.

3 - Não discuta, argumente ou tente persuadir

Não tente convencer o seu familiar com Alzheimer de que está errado. Os doentes com demência não o vão entender e só vão ficar mais agitados e ansiosos. As suas emoções são reais, mesmo que as suas memórias não o sejam. As discussões não levam a lado nenhum e podem estragar a visita para ambos.

Em vez disso: Concorde ou mude de assunto. Se ele insiste em algo que não é verdade, diga “Tens razão” e tente direcionar a conversa para outro tema, algo que o acalme ou lhe dê prazer.

4 - Não fale com o seu familiar como se fosse uma criança

A doença de Alzheimer não afeta a dignidade da pessoa. Use sempre um tom de voz calmo e normal. Não use diminutivos ou fale de forma condescendente. 

Mantenha o contacto visual, sorria e fale devagar, com frases curtas. Pode usar gestos para ajudar a comunicar. O objetivo é mostrar que o respeita e o valoriza, mesmo que as suas capacidades tenham diminuído. Em suma, esforce-se para a comunicação ser clara e simples.

5 - Não faça perguntas abertas ou complexas

Perguntas como “O que é que fizeste hoje?” ou “Como é que te sentes?” podem ser demasiado complexas e difíceis de responder. A pessoa pode não conseguir recordar e isso vai causar ansiedade.

Em vez disso: Faça perguntas simples com respostas de “sim” ou “não”. Pode perguntar “Gostaste do almoço?” ou “Queres ouvir música?”. As perguntas de escolha alternativa também são ótimas, como “Queres comer bolo ou gelado?”.

Às vezes, a visita pode tornar-se frustrante e podemos acabar por falar sobre a pessoa, em vez de falar com ela. Ignorar a pessoa com Alzheimer pode fazê-la sentir-se isolada e abandonada.

Em vez disso: Envolva-o na conversa. Se estiver a falar com outro familiar, use o seu nome e peça a sua opinião. Mantenha-o no centro da atenção, mesmo que não consiga participar de forma ativa.

Boas Práticas para uma Visita Positiva a um Familiar com Alzheimer

  • Pequenas visitas, mas frequentes: Em vez de uma visita longa e exaustiva, opte por visitas mais curtas e mais frequentes. Uma visita de 30 minutos pode ser mais benéfica e menos cansativa do que uma visita de 2 horas.
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  • Traga algo para fazerem juntos: Trazer um álbum de fotografias antigas para verem, ouvir música do seu tempo, cantar canções, ou simplesmente caminhar no jardim pode ser uma forma excelente de se conectarem.
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  • Toque e abrace: O toque é uma forma de comunicação não verbal muito poderosa. Segurar a mão, dar um abraço ou acariciar o braço pode transmitir carinho e conforto, mesmo que a pessoa já não se lembre do seu nome.
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  • Mantenha a calma: A sua atitude e o seu humor podem influenciar o humor da pessoa com Alzheimer. Se estiver calmo, paciente e sorridente, é mais provável que a pessoa se sinta segura e tranquila.

Concluindo, a doença de Alzheimer é uma caminhada difícil, mas não precisa ser solitária. Ao evitar estes erros e ao adotar uma abordagem mais empática e informada, pode continuar a criar momentos significativos e a nutrir a relação com o seu familiar com Alzheimer.

Na Espaço Avós, estamos disponíveis para apoiá-lo. O apoio domiciliário é uma das formas de ajuda que oferecemos, proporcionando cuidado e acompanhamento no conforto da casa do seu familiar, enquanto tem tempo para si e para as suas próprias necessidades. Estamos ao seu lado para o ajudar a encontrar as ferramentas e os recursos necessários para lidar com esta fase da vida com compaixão e dignidade. Abrace o presente, celebre o que ainda é possível e, acima de tudo, não desista de amar!

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