- Junho 30, 2025
Sinais Iniciais da Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é um tema que toca a muitas famílias em Portugal, trazendo consigo desafios e incertezas. Na Espaço Avós, sabemos que a informação é uma ferramenta poderosa para lidar com esta realidade. Por isso, dedicamos este artigo a um aspeto crucial: os sinais iniciais de Alzheimer. Reconhecê-los precocemente pode fazer uma diferença significativa na gestão da doença e na qualidade de vida dos nossos entes queridos.
O que é a Doença de Alzheimer?
Antes de aprofundarmos nos sintomas, é fundamental compreender o que é a Doença de Alzheimer. Não se trata de uma parte normal do envelhecimento, mas sim de uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível que afeta o cérebro. Caracteriza-se pela acumulação anormal de proteínas (placas amiloides e emaranhados neurofibrilares) que danificam e destroem as células cerebrais, levando a uma diminuição gradual das funções cognitivas, incluindo a memória, o pensamento e o comportamento.
A doença foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, daí o seu nome. É a forma mais comum de demência, representando cerca de 60% a 80% de todos os casos de demência.
Estatísticas relevantes em Portugal
A prevalência da Doença de Alzheimer e outras demências tem vindo a aumentar, em grande parte devido ao envelhecimento da população. Em Portugal, as estatísticas são um alerta para a importância de estarmos informados:
- Prevalência: Estima-se que mais de 200.000 pessoas vivam com demência em Portugal, sendo a Doença de Alzheimer a causa principal na maioria dos casos. Este número tende a aumentar nas próximas décadas.
- Idade: A idade é o principal fator de risco. A maioria dos casos ocorre em pessoas com 65 anos ou mais, e a prevalência duplica a cada cinco anos após essa idade. No entanto, é importante notar que a doença também pode afetar pessoas mais jovens, num fenómeno conhecido como Alzheimer de início precoce.
- Impacto Social e Económico: A doença de Alzheimer não afeta apenas os indivíduos, mas também as suas famílias e cuidadores, com um impacto significativo na saúde, finanças e qualidade de vida. O custo social e económico associado à demência é considerável, realçando a necessidade de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e apoio adequado.
10 Sinais de alerta dos sinais iniciais de Alzheimer
É crucial diferenciar os sinais normais do envelhecimento dos sintomas iniciais da Doença de Alzheimer. A Associação de Alzheimer destaca 10 sinais de alerta que devem ser observados. Assim sendo, se notar a ocorrência de vários destes sinais em si ou num ente querido, é aconselhável procurar aconselhamento médico.
Perda de memória que prejudica a vida diária
Este é frequentemente o sintoma mais notório. As pessoas começam a esquecer informações recentes, datas importantes ou eventos, e repetem perguntas. Ao contrário de um esquecimento ocasional, estas perdas de memória são persistentes e afetam a capacidade de a pessoa funcionar de forma independente.
Dificuldade em planear ou resolver problemas
Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldade em desenvolver e seguir um plano ou trabalhar com números. Podem ter problemas para gerir as suas finanças mensais ou seguir uma receita culinária que antes conheciam bem.
Dificuldade em realizar tarefas familiares
Tarefas diárias que antes eram rotineiras, como preparar uma refeição, ir ao supermercado ou conduzir até um local conhecido, tornam-se um desafio.
Desorientação no tempo e no espaço
Esquecer datas, estações do ano ou a passagem do tempo é comum. Podem perder-se em locais familiares, não sabendo como chegaram lá ou como regressar a casa.
Problemas de visão e espaciais
Dificuldades na leitura, avaliação de distâncias ou determinação de cores e contrastes podem ser sinais. Isto, por sua vez, pode afetar a condução.
Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldade em acompanhar uma conversa, repetir-se ou ter problemas em encontrar a palavra certa para expressar o que querem dizer.
Colocar coisas fora do lugar e perder a capacidade de refazer os passos
Objetos são colocados em locais incomuns e a pessoa é incapaz de refazer os seus passos para os encontrar. Podem até acusar outras pessoas de roubo.
Diminuição ou mau julgamento
Fazer escolhas inadequadas, como dar grandes quantias de dinheiro a vendedores por telefone, negligenciar a higiene pessoal ou vestir-se de forma inadequada para o tempo, são sinais preocupantes.
Afastar-se do trabalho ou atividades sociais
A pessoa pode começar a perder o interesse em hobbies, atividades sociais ou projetos de trabalho, devido às dificuldades em acompanhar ou participar.
Mudanças no humor e na personalidade
Podem tornar-se confusos, desconfiados, deprimidos, ansiosos ou medrosos. Podem facilmente ficar chateados em casa, com amigos ou quando estão fora da sua zona de conforto.
A Importância do diagnóstico precoce
Reconhecer os sinais iniciais de Alzheimer é o primeiro passo para um diagnóstico precoce, que é fundamental por várias razões:
- Acesso a tratamentos: Embora não exista cura para o Alzheimer, existem medicamentos e terapias que podem ajudar a gerir os sintomas e a controlar a progressão da doença. Um diagnóstico atempado permite iniciar estes tratamentos mais cedo.
- Planeamento para o futuro: O diagnóstico precoce dá tempo à pessoa afetada e à sua família para planear o futuro, tomando decisões importantes sobre cuidados, finanças e questões legais enquanto a pessoa ainda tem capacidade para participar.
- Maior qualidade de vida: Um diagnóstico atempado permite que a pessoa e a sua família implementem estratégias para manter a qualidade de vida, como adaptações em casa, apoio para as atividades diárias e participação em grupos de apoio.
Na Espaço Avós, estamos disponíveis para apoiar as famílias nesta fase. Se suspeita que um familiar apresenta alguns sinais iniciais do Alzheimer, encorajamos a procurar um médico. O diagnóstico é complexo e deve ser feito por profissionais de saúde qualificados.
O dia a dia de um doente com sinais de Alzheimer
Para além do diagnóstico e acompanhamento médico, sabemos que o dia a dia de quem vive com Alzheimer, e das suas famílias, exige um apoio contínuo. É neste ponto que o nosso Serviço de Apoio Domiciliário faz a diferença. Oferecemos um conjunto de cuidados personalizados no conforto do lar, permitindo que os nossos seniores mantenham a sua rotina e dignidade. Desde o acompanhamento nas atividades diárias e higiene pessoal, até à preparação de refeições e administração de medicação, a nossa equipa de profissionais dedicados assegura um suporte carinhoso e qualificado. O nosso objetivo é proporcionar tranquilidade às famílias, sabendo que os seus entes queridos recebem os melhores cuidados, com respeito pela sua individualidade e autonomia, sempre que possível.
Lembre-se, não está sozinho nesta caminhada. Há apoio disponível, e compreender os sinais é o primeiro passo para enfrentar a doença com conhecimento e esperança!
